Estudando os usos e costumes dos indígenas de Moçambique, para efeitos da complementação da tese de doutoramento, que teve como tema central a Aplicação da Justiça nas Colônias portuguesas, especificamente em Moçambique, deparei-me com um costume denominado LOBOLO, que significa a entrega de bens(ou de determinada quantia) aos pais da noiva. Ao contrário do que costume indiano da família do noivo ser presentada pela família da noiva, que também deve levar consigo o seu "dote", entre as etnias Moçambicanas quem efetivava o pagamento de tal “dote” era o homem. O homem, na verdade, pagava pela mulher com quem iria se casar. Por ela, ele pagava aos seus pais uma determinada quantia, que variava de acordo com a região e etnia dos noivos, esclarecendo-se de logo que em Moçambique, no tempo colonial, a poligamia era aceita e que um homem, se dinheiro tivesse, poderia comprar tantas mulheres quanto pudesse, bastando, tão somente, fazer o pagamento do “lobolo”, que poderia ser, tanto em dinheiro, quanto em outros bens, sendo muito regular a entrega de certo número de cabeças de gado, e que o estudo feito remonta ao Século XX – 1900-1910.