Tive que ir ao
Banco do Brasil, que fica no Comércio. Deixei o carro no Shopping Bela Vista e
peguei o metrô, a ideia era sair na estação da Lapa e descer andando para o
comércio, mas, pelo adiantado da hora, resolvi pegar um ônibus para a Praça da
Sé, e de lá descer o elevador, e foi o que fiz. Saio do elevador e ando pelo
comércio, pois não consigo chamar diferente àquela parte da cidade, mas ando
ali agora com os olhos de ver. Não quero mais olhar somente, quero olhar mesmo
com os olhos de ver. Primeiramente ver o inevitável e o inegável, que é a
Beleza da cidade. Não há nada mais bonito e agradável de olhar, do alto da
cidade alta, como o fiz antes de adentrar ao Elevador Lacerda, e como poderia
ter feito na Praça da Sé ou até mesmo na Vitória ou um pouco mais além, a nossa Baia de Todos os
Santos. É extremamente reconfortante ao olhar, aos sentidos na sua totalidade.
Mas, mais importante de que a constatação de tanta beleza, é olhar esta beleza
e ver todas as coisas que a rodeiam. A visão da Baía de Todos os Santos me
cativa, ela é externa a mim, e isto me dá a justa noção do que vejo: Merleau-Ponty
já dizia “que a visão nos cativa não apenas por ser uma jornada em direção às
coisas externas, mas também por significar volta a uma realidade de origem,
representada nos objetos percebidos à distância”.[1]